Na sessão de abertura da Conferencia sobre Seguro Paramétrico de Índice Climático, que teve lugar no dia 28 de Novembro, organizado pela Banca e Seguros, com o objectivo de reflectir sobre os desafios e oportunidades que o estabelecimento deste tipo de seguro pode representar para o país face a exposição aos riscos de natureza climática, Carla Louveira disse que Moçambique, pela sua localização geográfica, sua longa costa e a existência de extensas áreas com altitude abaixo do nível das águas do mar, é um país que ciclicamente é afectado por eventos extremos, tais como secas, inundações, tempestades e ciclones tropicais.
“Durante o período 1982-2022, 25 ciclones tropicais de intensidade variável atingiram Moçambique, 11 deles foram ciclones de categoria 3, com velocidade de ventos que variam de 134 à 187 km/h, como por exemplo os ciclones tropical Gombe, Jokwe, Dineo e Funso. No mesmo período, 3 Ciclones de Categoria 4 com velocidades que variaram de 187 - 241 km/h atingiram o país, nomeadamente, os ciclones Idai, Kenneth e Eline”.
“Estes dados ilustram que 56% dos ciclones tropicais que afectaram Moçambique nos últimos 40 anos foram de categoria 3 e 4, sendo que, nos últimos 10 anos, os ciclones e inundações que afectaram o país, causaram danos a mais de 10 milhões de pessoas.”
Segundo Carla Louveira, no contexto da operacionalização do Plano Director de Redução de Risco de Desastre e em particular do Plano de Protecção Financeira contra Desastres o Governo tem estado a envidar esforços com vista a identificação de mecanismos para a contratação de seguro de risco paramétrico contra desastres, sendo que encontram-se em curso no País, duas iniciativas para contratação do seguro de risco paramétrico contra ciclone e precipitação, nomeadamente:
- o Programa de Capacidade Africana de Risco (ARC) - African Risk Capacity (em coordenação com a União Africana); e
- o Programa de Gestão do Risco de Desastre e Resiliência (em coordenação com o Banco Mundial).
É perspectiva do Governo que a transferência do risco de desastres para os mercados de seguros, referentes aos riscos de ciclones e precipitação, ocorra ainda nesta época chuvosa e ciclónica de 2022/2023.
A terminar a sua intervenção a Vice-Ministra da Economia e Finanças agradeceu a todas as instituições e parceiros pela participação activa neste processo de busca de soluções financeiras para a mitigação dos efeitos dos desastres naturais.
Maputo, aos 29 de Novembro de 2022