Num montante global de 10 mil milhões de meticais, o valor está disponível para financiar a tesouraria e o investimento, impulsionando a recuperação económica e garantido a sustentabilidade das Empresas com taxas de juros bonificadas, isenta de comissões, e disponível até 30 de Setembro de 2025.
O anúncio foi feito pela Ministra das Finanças, Carla Loveira durante o lançamento das medidas financeiras que visam a recuperação da actividade económica a nível nacional.
Para a titular das finanças, à par destas medidas de curto prazo, o Governo, continua a trabalhar no desenho de soluções mais estruturantes de médio prazo como é o caso do Fundo de Garantia Mutuária para criar estímulos à economia moçambicana.
É neste contexto, que o Governo de Moçambique liderado por Sua Excelência, o Presidente da República, Daniel Chapo convidou o sector bancário para ser parte da solução que rapidamente respondeu com medidas imediatas que acreditamos que vão contribuir para a recuperação da economia. Nestes termos, saudamos a Associação Moçambicana de Bancos (AMB) por disponibilizar soluções financeiras de apoio à Tesouraria e Investimento das Micro, Pequenas, e Médias Empresas.
Loveira afirmou que nos últimos 3 meses do ano de 2024 o país foi assolado por uma onda de manifestações violentas que culminam com a destruição de infraestruturas públicas e privadas, estabelecimentos comerciais, grandes, médios e pequenos negócios, afectando sobremaneira o tecido social e produtivo da economia, tendo resultado numa variação negativa do Produto Interno Bruto na ordem de 4.9%.
Dados do IV Trimestre de 2024 mostram que todos os sectores foram afectados sendo em primeiro lugar, o sector secundário com uma variação negativa de 8.9% com maior destaque para o ramo da Indústria Manufactureira com variação de menos 11%, como resultado da vandalização de 19 fabricas e indústrias. Ocupa a segunda posição, o sector primário com variação negativa de 4.8%, com destaque para o ramo da Indústria de Extração Mineira com variação de menos 10.1%. Por último, temos o sector terciário que registou uma variação negativa de 3.8% induzido pelo ramo de Hotéis e Restaurantes com variação de menos 14.7%, seguido pelo ramo de Comércio e Serviços de Reparação com variação de menos 10.6%, como resultado da destruição de 23 armazéns comerciais, e 1677 estabelecimentos comercias.
A dirigente considera que estas acções violentas contra activos públicos e privados impactou negativamente na taxa de crescimento económico, tendo se situado em 1.9% contra os 5.5% que tinham sido programados para 2024 e 5.4% observado em 2023. Esta tendência foi igualmente agravado pelo impacto dos choques climáticos, com destaque para a Tempestade Tropical Severa FILIPO, causando chuvas intensas, cheias e inundações em algumas cidades e vilas (na zona sul), bem como pelos efeitos do fenómeno El Nino afectando o sector produtivo em algumas regiões do país.
Por seu turno, o Presidente da AMB, Teotónio Comiche comunicou que as soluções financeiras de apoio à tesouraria e ao investimento já estão disponíveis nos Bancos Comerciais em todo o País. Para mitigar os impactos das manifestações, as empresas podem solicitar a reestruturação dos seus empréstimos, garantindo maior flexibilidade financeira a partir de 1 de Março a 30 de Setembro de 2025, o valor está disponível para micro, Pequenas, Médias (MPME) e Grandes Empresas a um processo simplificado mediante a solicitação do cliente.