A Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) participou de 26 de Agosto a 1 de Setembro de 2024, da 59ª Edição da Feira Internacional de Maputo -FACIM 2024
Falando na abertura do evento, o Presidente do Conselho de Administração da BVM, Salim Cripton Valá, explicou que a bolsa não só quer disseminar e partilhar os impactos do que já tem disponível no mercado, como também pretende convidar os operadores a usarem a bolsa como um instrumento para investimentos seguros e rentáveis para os seus negócios e para a economia do país.
“A FACIM é uma confluência de empresários e investidores de vários pontos do país e do mundo que vêm abraçar negócios. Para nós, participar deste evento é um ritual e uma importante oportunidade para interagir, apresentar, aprender e para ver como é que podemos projectar negócios mais virtuosos para o futuro não só da nossa Bolsa de Valores, como também dos negócios em Moçambique”, frisou.
Durante a visita ao stand da BVM, Salim Valá fez saber ao Presidente da República, Filipe Nyusi, que desde a última edição a esta parte, a instituição que dirige tem estado a colher resultados positivos por conta do incremento que se tem registado a nível dos principais indicadores bolsistas.
“Hoje temos uma capitalização bolsista de 28.8%, 16 empresas cotadas, um volume de negócios acima de 21 mil milhões de meticais e um índice de liquidez de 10.2%. Portanto, desde a última edição da FACIM os indicadores bolsistas tem estado a subir, anotou o PCA , acrescentando que, estamos satisfeitos e vamos continuar a trabalhar para que essas métricas possam ser incrementadas para permitir que mais moçambicanos e empresários façam poupanças, invistam na bolsa e possam se financiar através deste mecanismo alternativo, concluiu Valá.
Em paralelo, o Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE) apresentou, no recinto da FACIM, o relatório de gestão e contas consolidadas do sector.
Na ocasião, Salim Valá, ressalvou que é crucial que cada uma das empresas visadas dê a sua contribuição por forma a permitir que estes relatórios saiam a tempo e tenham também a qualidade desejada.
"Este exercício de transparência e prestação de contas é vital, é imperioso, mas não é acabado. Pode ser sempre aperfeiçoado a nível do IGEPE e de todas as empresas do Sector Empresarial do Estado. Cabe a nós aperfeiçoarmos o processo com base na nossa realidade", anotou o PCA.
Por sua vez, o Administrador do IGEPE, Raimundo Matule, referiu que a apresentação do relatório em alusão, só foi possível graças a colaboração das empresas. Estamos cientes de que ainda não atingimos o objectivo desejado, há mais trabalho por fazer pela frente, o que vai exigir disciplina e cometimento por parte de todos, ressalvou Matule.
No mesmo diapasão, durante os seminários promovidos pelo Sector Empresarial do Estado (SEE), a BVM fez parte do painel que discutiu a temática relativa ao Financiamento da Economia.
Divagando sobre a “BVM como veículo de financiamento à economia”, o assessor do PCA da BVM, Rodrigues Paruque, afirmou que é desejo da instituição que as Pequenas e Médias Empresas se juntem ao mercado de capitais, por elas serem o motor da economia e, como tal, representarem 98.9% da paisagem.
“A Bolsa está a levar a cabo diferentes iniciativas que visam captar mais PME’s para o mercado de capitais, através da literacia financeira e realização de seminários, o que irá criar uma maior consciencialização e estas, por seu turno, possam considerar a Bolsa como uma plataforma de financiamento”, explicou o assessor.
Pese embora ofereça muitas vantagens às empresas que aderem ao mercado de capitais, a Bolsa entende que ainda há muitas empresas que não estão a aderir ao financiamento através desta e, como tal, acções estão em curso visando reverter esse cenário. Convidamos as empresas a aderirem ao mercado de capitais como instrumento para a sua própria promoção e que pode inclusive dar visibilidade, bem como criar confiança por conta da transparência que o processo exige. Nós estamos a negociar com o sector bancário para ver se os bancos possam dispersar o seu capital através da BVM, frisou Paruque.