risco11Uma delegação moçambicana composta por membros do Grupo Técnico do Governo (Taskforce) que lida com matérias associadas ao Financiamento do Risco de Desastre (DRF), no âmbito do Programa de Gestão de Riscos de Desastres que o País está a implementar desde 2019 participou de 17 a 21 de Junho em Himeji, no  Japão no Fórum Global sobre “Understanding Risk – UR24”.

O Fórum “Understanding Risk” (UR) é uma iniciativa bienal da Global Facility for Disaster Risk Reduction (GFDRR), parte do Grupo Banco Mundial, criada em 2010. No presente ano de 2024, o evento tinha vários objectivos com vista a melhorar a gestão do risco de desastres e a resiliência. O destaque vai para a partilha de conhecimentos e a colaboração entre especialistas, decisores políticos, e representantes comunitários, promoção do desenvolvimento de soluções inovadoras para a avaliação de riscos e comunicação e o reforço da capacitação dos países através de workshops e formações.

Os fóruns UR são particularmente significativos para Moçambique, um país que enfrenta frequentes desastres naturais, como ciclones, inundações e secas, por permitir que o país aprenda com as melhores práticas internacionais, desenvolver parcerias estratégicas e melhorar as suas políticas e capacidades de resposta a desastres, fortalecendo assim a resiliência das suas comunidades e infraestruturas.

O evento enalteceu o desenvolvimento de políticas baseadas em evidências para reduzir as vulnerabilidades e destacou a relevância de envolver as comunidades nos processos de gestão de riscos. Abordou também o impacto das alterações climáticas e a importância dos dados e análises na tomada de decisões. Incentivou a criação de parcerias para avançar na agenda global de resiliência a desastres.

A reunião congregou especialistas e profissionais interessados em matérias de riscos de desastres, desde representantes de agências governamentais, organizações multilaterais, sector privado, organizações não-governamentais, instituições de pesquisa, universidades, organizações comunitárias e sociedade civil.

Durante o evento foram abordados vários temas, com destaque para o Intercâmbio Mundial de Conhecimentos sobre o Financiamento do Risco de Catástrofes para Infra-estruturas Resilientes, ultrapassar os constrangimentos financeiros tirando partido de mecanismos financeiros novos e adaptados, abordagens inovadoras para a criação de sistemas de proteção social adaptáveis para a redução do risco de catástrofes entre outros.

No final, as principais mensagens ou recomendações do fórum sublinham a necessidade de uma abordagem integrada, inovadora e colaborativa para melhorar a resiliência global a desastres e que podem se resumir em reforçar a integração da ciência de dados através da adopção de novas tecnologias, como satélites de baixo custo e inteligência artificial, para melhorar a colecta e análise de dados de riscos, facilitando decisões informadas e a implementação de medidas de mitigação mais eficazes, o uso de tecnologias de ponta para obtenção de dados e informações de lugares remotos ou de difícil acesso, desenvolver e implementar estratégias de adaptação para construir comunidades e infraestruturas resilientes às alterações climáticas, a recente revisão pontual da Estatuto orgânico do MEF, com a criação do Gabinete de Financiamento Climático, seria uma oportunidade para a coordenação integrada no alinhamento entre a informação domiciliada na plataforma agregada de dados e o processo de planificação e orçamentação, permitindo a compreensão dos riscos de desastres, o fortalecimento da gestão de risco, o investimento na redução do risco de desastres para a resiliência e a resposta efectiva no quadro do “Build Back Better”, entre outros.