BAD 1Nairobi, 28 de Maio de 2024, O Diálogo dos Governadores do BAD que teve lugar no dia 28 de Maio, uma sessão estatutária, tinha como principal objectivo debruçar-se sobre Arquitectura Financeira Global e as crescentes necessidades dos Países de Renda Média e Baixa (RMCs) bem como debater a actual abordagem do BAD para promover o crescimento do Sector Privado a fim de acelerar a transformação económica.

Loveira começou por frisar que o BAD está desempenhando um papel muito importante para projectos-chave em Moçambique por via do Fundo de Desenvolvimento Africano, a Facilidade de Apoio à Transição; a Facilidade do Sector Privado e outras linhas de financiamento com um grande impacto nos sectores centrais de Moçambique, como Energia (com 49% dos fundos), Estradas (com 32%) e Agricultura (com 14%).

Assim como outros países africanos, Moçambique está exposto a mudanças climáticas. Elogiamos o Banco por fazer parte da estratégia de Transição Energética de Moçambique lançada na COP 28 e pelo apoio sob o Africa Risk Capacity para mudanças climáticas. Nesse sentido, gostaríamos de recomendar ao BAD que aumentasse o portfólio alocado para mudanças climáticas, mas também para os esquemas de gestão de riscos, disse a Vice Ministra da Economia e Finanças.

Diante das constantes e crescentes necessidades dos Países de Rende Média e Baixa, do qual Moçambique faz parte, Carla Loveira exortou ao BAD que permitisse que o Fundo de Desenvolvimento Africano (ADF) tenha acesso ao mercado para garantir mais recursos concessionais necessários para atender às necessidades dos países de baixa renda e aqueles presos em ciclos de dívida recorrentes;

Na sua visão, o BAD deve ser ousado em seus esforços para fortalecer o ambiente propício, promovendo boas práticas de governança e combatendo a corrupção. Investir em reformas legais e regulatórias que simplifiquem os processos de registro, licenciamento e concessão de permissões comerciais o que aumentará a confiança do investidor e atrairá investimentos do Sector Privado.

E mais ainda o BAD precisa priorizar investimentos em infraestrutura digital e tecnologias para impulsionar a transformação digital em todo o continente. Isso inclui expandir o acesso à banda larga, apoiar o desenvolvimento de habilidades digitais e promover o comércio eletrônico. A transformação digital pode aumentar significativamente a produtividade, inovação e acesso aos mercados globais.

Terminou frisando que a conversa sobre a mobilização de capital privado para o desenvolvimento da África requer uma mudança de perspectiva. Vamos além da visão tradicional de risco e abracemos a tomada de riscos informada. A África apresenta uma proposta de investimento convincente, e o Banco Africano de Desenvolvimento, juntamente com outros Instituições Financeiras Internacionais, pode desempenhar um papel crucial em desbloquear seu pleno potencial.