Com o tema Criando Oportunidades de Negócios, realizo-se em Maputo, a primeira edição do Fórum de Investimento Global Gateway Moçambique – União Europeia (UE), uma organização conjunta do Governo de Moçambique com a Delegação da UE e a Associação das Câmaras de Comércio Europeias (EUROCAM).
Intervindo na ocasião, o Ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, destacou que a UE apresenta-se como um dos mais importantes parceiros de Moçambique, temos relações excelentes, com fortíssimas ligações históricas e assentes em bases muito sólidas, para além dos domínios das trocas comerciais e do intercâmbio cultural a nossa cooperação abarca uma componente de cooperação económica que permite que Moçambique beneficie de assistência multifacetada para o seu desenvolvimento.
Para o ministro Tonela, o encontro representou uma oportunidade para expandir relações sobretudo no âmbito do investimento privado, que tem registado uma evolução muito positiva, mas que pode, e deve ser ampliada.
No contexto do Acordo de Parceria Económica celebrado em 2016, existe um novo quadro comercial que assegura melhor acesso de bens produzidos em Moçambique ao mercado europeu, isentos de direitos e quotas. Por outro lado, Moçambique é parte integrante da SADC, um mercado regional que abrange mais de 320 milhões de consumidores; e, formalizou recentemente a sua integração no Acordo da Zona de Livre Comércio Continental Africana, uma área livre de comércio com uma população superior a 1.3 bilhões de habitantes e que vai crescer a uma taxa acima da média mundial.
Na mesma intervenção o governante indicou que a perspectiva de mercado é que os investidores europeus devem olhar para Moçambique como seu destino preferencial, um mundo de oportunidades, pois, as alterações climáticas impõem ao mundo uma nova abordagem sendo que o uso das energias e combustíveis mais limpos, menos poluentes e o gás natural apresenta-se como alternativa para a transição energética.
Moçambique tem condições objectivas para se tornar num actor importante na produção e exportação deste recurso à escala global. A entrada em operação da plataforma flutuante de produção de LNG, a cerca de um ano, num projecto liderado por uma empresa europeia, marcou o início de uma nova era. Gostaríamos de contar com uma maior colaboração de pequenas e medias empresas, moçambicanas e europeias, que assegurem a transformação local desses recursos. Julgamos que juntos temos condições para assegurar A transformação local desses recursos e oferecer ao mundo alternativas para a segurança enérgica global.
O titular da economia e finanças sublinhou igualmernte que Moçambique e a UE possuem entre si todos os elementos para juntos se posicionarem também na vanguarda da transição energética verde, combinando os recursos moçambicanos e a excelência tecnológica europeia.
Somos detentores de uma diversidade de recursos renováveis, tal como se referiu o Primeiro Ministro na sua intervenção, estes recursos devem ser usados para tornar a nossa matriz energétrica mais diversificada e para consolidar a posição de Moçambique como polo energético da região de África Austral.
Entendemos também que as empresas europeias não devem limitar a sua opção somente para o sector da energia e hidrocarbonetos, a indústria transformadora tem um papel chave para o desenvolvimento da nossa economia por poder contribuir para o aumento e a diversificação da base produtiva e a melhoria dos padrões de vida, disse Tonela acrescentando que a transformação local de bens exportados com o actual baixo nível de processamento representa uma excelente oportunidade de investimento, particularmente da produção agrícola, de minerais críticos como o grafite, as areias pesadas, o lítio entre outros.
O evento de dois (2) dias tinha na sua agenda de trabalhos 14 painéis de discussão, com o objectivo de explorar estratégias para atrair investimentos de qualidade, no âmbito da Estratégia Global Gateway da UE e dinamizar o comércio entre Moçambique e o mercado europeu, juntou várias partes interessadas dos sectores público e privado nacional e europeu.