Nos últimos tempos o crescimento da economia moçambicana tem sido afectado por choques internos e externos que colocam uma pressão aos complexos desafios na gestão das finanças públicas - Max Tonela.
A informação foi avançada pelo Ministro da Economia e Finanças em Maputo, durante o seminário “Moçambique Resiliente: Marcos Recentes no Desenvolvimento de Capacidades e Financeiras”, organizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em parceria com o Ministério da Economia e Finanças (MEF) e as Embaixadas da Suíça e Noruega.
Para o dirigente, nos anos mais recentes, o desempenho da economia moçambicana tem sido afectado por sucessivos choques internos e externos, que condicionam o seu ritmo de crescimento e colocam uma forte pressão aos já complexos desafios existentes na gestão das finanças públicas.
É neste quadro que o Governo tem vindo a responder a esses desafios com iniciativas de reformas visando a melhoria da estabilidade macroeconómica, a promoção do crescimento inclusivo e robusto a médio e longo prazo, o reforço da governação, transparência e criando melhores condições para dinamizar o investimento privado, sublinhou o titular da Economia e Finanças, acrescentando que os indicadores macroeconômicos mais recentes indicam que a nossa economia está a apresentar uma forte tendência de recuperação atingido um crescimento da ordem de 4.1% em 2022, projectando-se para este ano um nível de crescimento a volta dos 6%.
Para Tonela as perspectivas de médio prazo são positivas, mas sujeitas a vários riscos, sobretudo devido aos desafios associados à acção terrorrista no norte de Cabo Delgado, aos desastres naturais causados pelas mudanças climáticas que põem pressão sobre o espaço fiscal e o nível de endividamento do país.
Portando a implementação bem-sucedida de reformas estruturais em Moçambique é vital para o desenvolvimento sustentável no nosso país.
Ė importante que continuemos a aprofundar reformas com destaque para a melhoria da estabilidade macroeconómica, o reforço da governação, melhoria da transparência e da gestão da dívida pública, para que possamos estar em melhores condições de gerir riscos e fazer face aos desafios existentes.
Neste quadro devo destacar a importância da assistência técnica e o apoio dos parceiros de cooperação em uma série de reformas das finanças públicas.
Em nome do Governo gostaria de agradecer por todo esse apoio e fico muito satisfeito por termos essa oportunidade hoje de conversarmos e revermos com mais detalhe alguns exemplos dessa parceria, sublinhou.
Na qualidade de sector que lida com a transferência de tecnologias e assistência técnica para o executivo moçambicano, a Coordenadora Técnica do FMI, Esther Palácio, intervindo na ocasião, destacou a consolidação das principais funções de gestão de finanças públicas do Governo central, planeamento orçamental, execução, prestação de contas e auditoria, como sendo as áresa onde se registam melhorias significativas, o que na sua óptica era louvável.
Por seu turno, o representante residente do FMI, Alexis Cirkel, disse que a sua instituição financeira mantém as projecções sobre o crescimento da economia moçambicana em 6%. Pensando na conjuntura nacional, já temos praticamente o mês de Novembro em andamento, temos quase um mês e meio para chegar ao final do ano, então a questão de crescimento é mais uma contabilização daquilo que já aconteceu até então anotou, concluindo de seguida que o crescimento da economia ocorre mais rapidamente por causa dos recursos naturais, embora um pouco mais desacelerado nos sectores da construção e indústria transformadora.