CASP Vice Carla 1A Vice-ministra da Economia e Finanças, considera que a industrialização é um dos vectores principais para impulsionar o crescimento, produtividade e competitividade da economia nacional e por conseguinte o desenvolvimento do país.

Louveira falava em Maputo, durante a XVIII Conferência Anual do Sector Privado (CASP), evento organizado pela Confederação das Associações Económicas (CTA), que se realizou sob o lema “Transformação, Inovação, Sustentabilidade e Inclusão para a Competitividade Industrial”.

Na sua apresentação, a Vice-ministra destacou o valor que existe na diversificação da economia de Moçambique através do desenvolvimento de sectores como agricultura, turismo, pesca e indústria manufactureira.

Estes sectores são fundamentais para catapultar e expandir a nossa economia, atraindo o investimento estrangeiro e melhorando o ambiente de negócios, bem como o desenvolvimento de infraestruturas, como estradas, portos, aeroportos e energia, factores-chave para incentivar o crescimento do sector industrial em Moçambique, frisou.

Participando do Painel sobre Opções de Financiamento para Projectos Industriais e Conexos, Louveira, falou do Fundo de Garantia Mutuária (FGM), iniciativa que visa fornecer garantias parciais de crédito para Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs), onde a sua estrutura consiste em uma abordagem de carteira de garantias para Instituições Financeiras Parceiras (PFIs) e contragarantias para garantias individuais, com único objetivo que é facilitar o acesso ao financiamento para MPMEs.

O fundo de garantia mutuária permite que as PFIs ofereçam empréstimos com garantia parcial, o que reduz o risco de crédito para as instituições financeiras, disse.

Espera-se que o FGM resulte em maior acesso ao financiamento para as MPMEs no acesso formal ao crédito; Inclusão financeira de, pelo menos, mais 2200 pequenas empresas e 30 médias empresas; Crédito adicional anual de 6,3 mil milhões de MZN (100 milhões de USD), assumindo uma dimensão média de empréstimo de 75.000 de USD e uma média de 3 empréstimos ao longo de 5 anos por PMEs; Aumento do prazo e dos montantes dos empréstimos para as MPMEs que já efectuam transacções com os bancos.

Carla Louveira falou ainda das opções de financiamento por via do Financiamento Climático, que se subdividem em Fundos Climáticos Internacionais (Fundo de Adaptação; Fundo Global do Ambiente; Fundo Verde para o Clima e Fundo Climático de Investimento) e Mercados de Carbono incluindo REDD+.

Sobre o Fundo Verde para o Clima (GCF), Louveira, disse que o mesmo passou a estar operacional em 2015. O Governo através do MEF em 2017 passou a desempenhar o papel de Autoridade Nacional Designada que Coordena o processo de elaboração, priorização e avaliação de propostas de projectos a serem submetidos ao GCF e serve de interface entre o País e o GCF.

CASP Vice Carla II 1Sobre os creditos de carbono fez saber que podem ser uma fonte de receita para os diversos sectores de actividade económica. Existem três princípios de créditos de carbono: Todos os projetos que reduzem emissões ou removem CO2 da atmosfera podem, em teoria, receber créditos de carbono; Cada crédito de carbono equivale a uma tonelada de CO2; Os créditos de carbono podem ser vendidos e, como tal, gerar renda.

A terminar, referiu que o potencial técnico anual para Moçambique é estimado em 80-90 milhões de toneladas CO2 por ano. (~4% do potencial de África). Se o País desbloquear entre 15-25% do potencial, criará uma oportunidade de produzir entre ~10-25 milhões de créditos de carbono anualmente com um valor de $200-500 milhões por ano.