Reunioes do BAD 2023 1 1Uma delegação moçambicana, chefiada pelo Vice-Ministro da Economia e Finanças, Amílcar Tivane, na qualidade de Governador Temporário, integrando a Administradora do Banco de Moçambique, Silvina de Abreu, na qualidade de Governadora Suplente Temporária, e outros  quadros do MEF e do Banco de Moçambique, participou, de 21 a 26 de Maio do ano em curso, nas Reuniões Anuais do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), na cidade de Sharm El Sheikh, República Árabe do Egipto, sob o tema Mobilizando o financiamento do Sector Privado em África para o Clima e Crescimento Verde.

O evento tinha dentre outros objectivos analisar as deliberações de matérias estratégicas de gestão da instituição e de desenvolvimento económico e social de África, como também permitiu  que os Governadores do BAD partilhassem experiências sobre a mobilização de financiamento do sector privado nacional e internacional e o aproveitamento do capital natural dos Países Membros Regionais (RMC’s) para preencher a lacuna de financiamento climático e promover transições de crescimento verde na África.

O Presidente do BAD, Akinwumi Adesina, referiu, na sua intervenção, que a falta de financiamento adequado para enfrentar os impactos das mudanças e adaptação climáticas em África pressiona o continente, tendo responsabilizado as nações desenvolvidas por não honrarem com a promessa de financiamento climático no montante de USD 100 biliões por ano.

Afirmou igualmente, que o BAD e o Centro Global de Adaptação Climática lançaram o Programa de Aceleração da Adaptação Africana (AAAP) para mobilizar USD 25 biliões para apoiar a adaptação da África às mudanças climáticas. De acordo com estimativas do Banco, a África precisará de USD 2,7 trilhões até 2030 para financiar suas necessidades face aos impactos das mudanças climáticas, concluiu.

Por seu turno, na sua intervenção no Painel sobre a transição energética, Amílcar Tivane, instou o BAD o contínuo  apoio ao Continente diante dos parceiros externos, tendo mencionado que  Moçambique está a trabalhar na diversificação da sua Matriz Energética no sentido de atrair mais investimentos na área das energias renováveis. O BAD pode contribuir substancialmente na provisão de financiamento e conhecimento especializado, anotou.

Tivane defende uma intervensão mais forte do sector privado por ter um papel importante no desenvolvimento na área de energias para o crescimento economico local, regional e continental.

Os diversos eventos realizados no decurso das reuniões anuais enfatizaram que, para se alcançar um crescimento sustentável na África, é necessário adoptar-se uma abordagem integrada que garanta que o crescimento seja alcançado por meio de uma governação efectiva, trasparente, credível e práticas empresariais responsáveis. Deve ser uma abordagem que promova a paz, estabilidade política e o engajamento de múltiplos interessados.

Das experiências e pontos de vista partilhados pelos painelistas, tornou-se evidente que diante da nova configuração geopolítica e económica dominada pelo surgimento de novos polos de desenvolvimento económico e novos desafios no contexto das agendas globais de desenvolvimento, há necessidade de reestruturar as fontes alternativas de financiamento para fazer face aos desafios decorrentes das mudanças climáticas para garantir o cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).