A Vice-Ministra da Economia e Finanças, Carla Louveira, participou em Maputo no Fórum Económico e Financeiro que, dentre outros objectivos, reflectiu sobre as perspectivas de investimento e financiamento à economia do País.
O Fórum constitui uma plataforma institucional criada com o objectivo de debater ao mais alto nível temas com enfoque na revitalização da economia, finanças, inclusão financeira e investimento privado.
Discursando na sessão de abertura, Louveira, sublinhou ser um facto inegável que nos últimos 5 anos a economia moçambicana esteve propensa a choques internos e externos relacionados com a maior intensidade e frequência dos desastres naturais, efeitos adversos da COVID-19, terrorismo em Cabo Delgado e mais recentemente o conflito entre a Rússia e Ucrânia.
Como é do conhecimento de todos, Moçambique é um dos países mais afectados pelos desastres naturais o que, de acordo com estimativas mais recentes, gerou perdas estimadas em 1,3% do PIB, nos últimos 20 anos; relativamente à COVID-19, só em 2020, a economia moçambicana perdeu um total de 3,6% de crescimento, e o emprego total diminuiu 1,9% em comparação com um cenário sem COVID-19; igualmente, a porção principal desta perda é impulsionada por via externa, decorrendo da redução da procura de produtos moçambicanos pelo resto do mundo. Os sectores económicos mais afectados foram os do comércio, alojamento e mineração, frisou a dirigente.
A Vice-ministra disse igualmente que a insurgência na província nortenha de Cabo Delgado tem estado a aumentar as pressões fiscais, retardando o curso normal dos projectos de Gás Natural Liquefeito. Por seu turno, o conflito entre a Rússia e Ucrânia contribuiu de forma negativa para o aumento galopante dos preços globais de alimentos e combustíveis, criando pressões inflacionais nas mais diversas economias do mundo incluindo Moçambique, disse a dirigente acrescentando que a nível mundial o ano de 2021 foi marcado pela recuperação económica face aos impactos da pandemia da Covid 19, com crescimento assinalável em vários países.
Na óptica de Carla Louveira, na economia moçambicana o cenário não foi diferente tendo apresentado um desempenho positivo, marcado por um crescimento do PIB real em 2,3%. Este crescimento económico resultou de uma boa gestão das medidas de prevenção e mitigação dos efeitos da pandemia da Covid 19, o que permitiu reverter o quadro de recessão económica assistido em 2020. Esta reversão continuou em 2022 onde registamos uma taxa de crescimento do PIB real de 4.1% reflectindo a dinâmica da retoma da actividade económica ao nível do País situando-se acima da média da região da SADC (3.8%).
Participaram no evento, representantes dos Bancos Comerciais, Empresas Públicas e Privadas, Embaixadas, Organismos Internacionais, Instituições Multilaterais de apoio ao Desenvolvimento, entre outras entidades.