O Ministro da Economia e Finanças de Moçambique, Max Tonela, pediu “maior apoio” do Banco Mundial (BM) face à “magnitude” das reformas que o país deve empreender visando a transformação macroeconómica do país.
“Gostaríamos de ter maior apoio do Banco Mundial na mobilização de recursos”, afirmou Tonela,
O governante falava em Washington durante um encontro com o vice-presidente do BM para a África Oriental e Austral, Hafez Ghanem.
O BM tem prestado auxílio a Moçambique, mas “a magnitude” das reformas que o país deve materializar exige a mobilização de mais recursos, acrescentou Max Tonela.
“Temos enfrentado vários desafios, que resultam, principalmente, de choques associados às mudanas climáticas, pandemia de covid-19, ações terroristas no norte do país e agora as incertezas geradas pelo conflito entre Rússia e Ucrânia”, declarou o ministro da Economia e Finanças.
Max Tonela avançou que o país tem registado progressos no combate ao “terrorismo” na província de Cabo Delgado, norte do país, como resultado da cooperação militar com a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e o Ruanda.
Por outro lado, continuou, Moçambique conta com a ajuda de vários países europeus, fricanos e EUA na formação e apoio logístico às Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
Na frente contra a covid-19, prosseguiu, o país conheceu avanços, tendo conseguido vacinar completamente 13,6 milhões de pessoas, o equivalente a 89,4% da meta da população por imunizar.
Cerca de um milhão de pessoas já receberam pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19, acrescentou.
Os avanços na luta contra a pandemia contaram com a ajuda financeira do BM, notou Max Tonela.
Tonela assinalou que a taxa de infeção pelo novo coronavirus em Moçambique caiu para 0,4%, verificando-se igualmente uma queda acentuada nos internamentos e mortes.
Os ganhos no combate à doença estimulam o Governo a aliviar as restrições impostas para a prevenção, o que será benéfico para a recuperação económica.
Max Tonela congratulou-se com o entendimento alcançado este mês com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para a implementação de um programa de reformas macroeconómicas e estruturais nos próximos três anos.
“O programa tem como objetivo apoiar os esforços do Governo visando a implementação de reformas focadas na aceleração da recuperação económica, aprofundamento da estabilidade macroeconómica, no médio e longo prazos, e reforço de ações destinadas à promoção da governação, transparência e combate à corrupção”, enfatizou.
Na esfera fiscal, o programa de reformas preconiza medidas de políticas viradas à expansão da base fiscal e reforço da gestão de finanças públicas, tendo em vista a melhoria da sustentabilidade da dívida pública e gestão financeira, bem como da capacidade institucional de monitoria de riscos fiscais.
Nessa perspectiva, o Governo pretende implementar, com a ajuda do FMI, medidas de políticas viradas ao fortalecimento da governação e transparência na gestão da dívida pública.
A agenda de reformas inclui igualmente a criação de um espaço orçamental para programas de proteção social e melhoria da eficiência na despesa com as camadas mais desfavorecidas da população.
“Esperamos que o acordo com o FMI seja aprovado com o conselho de diretores do em maio e o início da implementação do programa em junho de 2022”, declarou Max Tonela.