O último relatório do Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP), lançado em Maputo alerta sobre os efeitos da mudança do foco na agricultura como a base para o desenvolvimento nacional. Falando na cerimónia de lançamento oficial do segundo relatório do MARP, o Presidente do Fórum Nacional do MARP, Lourenço do Rosário, disse que o documento retrata a realidade prevalecente no País em matérias de governação, abstendo-se de elaborar qualquer leitura de natureza política, razão pela qual o documento é considerado um importante instrumento de consulta a vários níveis.
Para o Presidente do MARP "em 2009 a agricultura era, efectivamente, a base do desenvolvimento. Agora há uma hesitação bastante grande, até como percepção que podemos deslocar esse foco para a indústria extractiva o que traz alguns perigos", explicou Lourenço do Rosário.
Perante este panorama, o relatório "encoraja o país a diversificar os seus meios de produção da economia para promover um melhor desenvolvimento Socioeconómico".
Segundo a fonte, o relatório aborda também temáticas inseridas dentro de quatro pilares definidos, nomeadamente, a boa governação política, boa governação económica, boa governação corporativa empresarial e boa governação para o desenvolvimento socioeconómico.
“É natural que Moçambique esteja a enfrentar desafios dentro destes pilares que mencionei, mas podemos afirmar que do primeiro relatório para o actual encontramos boas práticas de governação que merecerem fortes elogios. Também não podemos deixar de mencionar a questão da corrupção que está a minar todo o tecido social, desde o mais pequeno núcleo da sociedade até ao mais alto nível da governação,” referiu o Presidente.
Já a representante do painel de personalidades Eminentes do MARP, Mona Attia, disse que desde o ano de 2010, Moçambique registou melhorias notáveis na Governação e gestão económica, contudo, persistem ainda inúmeros desafios na gestão da economia.
“Estou orgulhosa pelo facto de Moçambique e seu presidente terem conseguido fazer o lançamento deste segundo Relatório do MARP em tempo recorde comparativamente com outros países da África Austral. Isto significa que Moçambique acabou sendo pioneiro na SADC na implementação deste mecanismo a par com o Uganda e Quénia”, citou.
Refira-se que depois do lançamento, segue-se agora a fase da divulgação por todos os sectores da sociedade, por forma a ajudar na planificação nacional.