A informação foi revelada pelo Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, durante o Fórum de Negócios Moçambique - Vietname que decorre de 10 À 14  de Junho, nas cidades de Hanói e Ho Chi Minh - Vietname.

O fórum de negócio entre os dois países resulta do acordo entre o Ministro da Planificação e Desenvolvimento de Moçambique e o seu homólogo do Vietname aquando da visita do governante moçambicano àquele país em Outubro de 2012. A delegação moçambicana integra quadros do CPI, GAZEDA, IPEX, CEPAGRI, INATUR, CTA e empresários.

Aiuba Cuereneia disse que apesar da crise económica e financeira que o mundo atravessa, Moçambique continua a granjear a confiança de diferentes investidores, tornando-se, nos últimos anos, num destino apetecível do investimento directo estrangeiro em África e no Mundo.“As perspectivas de desenvolvimento de Moçambique são promissoras. Na área dos recursos naturais temos um grande potencial, com destaque para o gás natural (com reservas estimadas acima de 150 triliões de pés cúbicos), carvão (com reservas identificadas até ao momento em cerca de 20 biliões de toneladas métricas) e energia eléctrica (com uma capacidade instalada de 2.075 MW, com a projecção do aumento da capacidade de produção em mais de 6.850 MW)” disse.

De acordo com o ministro, o Investimento Directo Estrangeiro na indústria extractiva representou em 2011 um valor aproximado a 17% do PIB moçambicano, comparado com os cerca de 5% entre 2000 e 2008. “A produção e exportação do carvão em grande escala foram iniciadas em meados de 2011, ou seja, muito recentemente, tendo-se exportado o equivalente a 21,3 milhões de dólares em 2011 e no primeiro semestre de 2012 o equivalente a 196 milhões de dólares, tendo já se posicionado como o segundo maior produto de exportação a seguir ao alumínio”, acrescentou.

Não obstante os sucessos alcançados na gestão macroeconómica e no crescimento económico nos últimos anos, disse o ministro, o país ainda se confronta com uma acentuada dependência externa para o financiamento da sua economia, com destaque para as despesas públicas. O financiamento do défice fiscal continua dependente de donativos e empréstimos externos concessionais. O financiamento do défice por emissão de dívida interna continua a ser uma opção com custos consideráveis. O Investimento Directo Estrangeiro começa a ganhar relevância devido, essencialmente, ao início da prospecção de recursos naturais e sua exploração.

Note-se que estas exportações estão ainda condicionadas pela insuficiente logística de apoio (infra-estruturas ferro-portuárias e rodoviárias). “ Por isso, o nosso desafio, dentre outras acções, para além do desenvolvimento deste e outro tipo de infra-estruturas, na consolidação da gestão macroeconómica com uma inflação baixa e controlada; desenvolvimento de programas empresariais e sectoriais visando a inovação e o incremento da produtividade e da produção nos sectores económicos e sociais púbicos e privados; garantir o melhor uso da informação sobre a produção e os preços em ambiente de inflação baixa para compensar a apreciação da moeda nacional e ajudar a manter e a aprofundar a imprescindível competitividade da nossa economia;processar localmente os nossos recursos naturais tendo em vista reduzir as importações e aumentar as exportações e desta forma contribuir também para um saldo positivo na nossa balança de pagamentos; eaumentar a riqueza nacional, reduzindo os níveis de pobreza em todas as camadas sociais e tornar Moçambique num País de rendimento médio”, finalizou.